sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Dia após dia

A cada dia, mais me distancio da necessidade de fumar cigarros. Com mais clareza percebo esta dependência, e assim venho diminuindo a quantidade de tragadas diárias. Ainda fumo, embora os excessos estão sendo diluídos, e a minha confiança neste fim de ciclo vicioso vem se fortacelendo, gradativamente. Foco, força (de vontade) e fé! Creio que a partir de segunda - quando se encerra o meu período de ócio e eu inicío na nova empresa - estarei mais  atribulado e envolvido noutras questões. Que os cilindros acesos fiquem pra trás, e deixem espaço pra novas atividades felizes e confortadoras. O caminho é denso, longo, repleto de obstáculos obstrusos, irei vencê-los dia após dia, porque eu sei que sou capaz de ir além destas nuvens cinzas...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Eu quero terminar contigo

Refletir sobre esta decidão de largar a nicotina vem solidificando e fortalecendo o meu desejo de dar fim a minha dependência, li um tanto sobre o assunto, além de assistir a diversos vídeos, com depoimentos realmente marcantes e até gloriosos de pessoas que num dado momento inteligente e iluminado de suas vidas, resolveram nunca mais pôr de novo um cigarro na boca. A nicotina é uma droga pesada, a sua abstinência é dita por especialistas como uma das mais sacrificantes diante de outras drogas existentes, segundo eles, mais potente até do que a de cocaína, substância igualmente feroz e auto-destrutiva. Existe o vício físico, o vício comportamental e o vício social. São estas três lacunas que devem ser muito bem refletidas e trabalhadas por quem, assim como eu, deseja imensamente deixar pra trás esse hábito letal para uma saúde dita regular, ou seja, normalizada. O vício físico consiste na chamada fissura que a nicotina proporciona dadas as primeiras horas - ou mesmo minutos - longe dos cigarros. Fissura que, nos primeiros dias de tentativa anti-fumo, se mostra perturbadora, tirando a pessoa do seu eixo central. Ansiedade (extrema), irritação (extrema), taquicardia, baixa auto-estima e muitas vezes até depressão, visto que o nível de dependência é verdadeiramente devastador. O vício comportamental está ligado ao lado psicológico do funcionamento de um fumante, o cigarro fumado durante aquela discussão voraz, o cigarro o qual você se segura após vivenciar uma frustração, o cigarro que pretende preencher aquela carência vivida após se recordar de um ex-amor devido a uma canção que toca, ou alguma notícia que chega através de um amigo, ou mesmo uma lembrança que faz o peito apertar de saudade. O cigarro para esperar um transporte que não chega. O cigarro para "passar o tempo". O vício comportamental são os rituais rotineiros movidos pelo fumo, o cafézinho fresco que convida a uma nova tragada, aquele cigarrinho aceso junto de um chopp.gelado com amigos, o cigarro após as refeições, o cigarro durante o filme, o cigarro antes de dormir, ou logo após acordar. "Obrigações" pautadas pelo fumo diante das suas ações no dia-a-dia. Viver sem cigarro é persistir num alerta que lhe diga ininterruptamente e de forma colossal: Eu decidi largar os cigarros, eu vou abandonar de vez este vício. E escrever estas palavras também é um meio de fugir do monstro horripilante soltando fumaças por boca e narinas chamado cigarro. É um meio também de auto-conhecer o vício e observá-lo por parâmetros antes não enxergados, intensificando as margens de sucesso rumo ao encerramento deste ciclo esfumaçado e escravizante.

"Não é fácil
Não pensar em você
Não é fácil, é estranho
Não te contar meus planos
Não te encontrar
Todo dia de manhã
Enquanto tomo o meu café amargo..." ( Marisa Monte - Não é fácil )

A sensação que me deparo, de fato, é que estou prestes a abandonar uma paixão tórrida e visceral, largar uma companhia, alguém que compreende minhas faltas, minhas fugas, que se permite me escutar a qualquer momento, sem julgamentos ou pesos. A verdade é que abandonar a nicotina te traz uma falta física que definitivamente parece real, alguém que não veio hoje e que estava sempre perto por pelos menos os seis últimos anos. Precisarei me readaptar, buscar forças internas, desafabar, respirar fundo. Será necessário muita força e um punhado de fé. Já fiz a minha promessa, já conversei com Deus e com os outros tantos santos, anjos e serafins, já supliquei as suas energias confortadoras. A verdade é que, a partir de então, toda pessoa que me diga claramente ser ex-fumante ganhará de imediato o meu respeito verdadeiro, a batalha é feroz e o caminho não é simples, não mesmo, mas hei de aportar num pedaço de lugar onde a respiração seja fluída e o ar limpo, e as tosses se dissipem e os aromas sejam bons, nem um pouco parecidos com o escapamento de um automóvel. Onde a falta do cigarro seja completada por experiências renovadoras, felizes, e as semanas se passem sem que seja vital alimentar-se dos mil e tantos venenos presentes naqueles cilindros torpes, desnecessários.
Oi, tudo bem? Por aqui não vou mal, apesar das neblinas.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

os dias e a minha revolta com um livro específico

Percebo que pra mim fumar na parte da manhã é muito mais necessário que de tarde ou à noite, os primeiros quinze minutos de quando eu acordo são cruciais para acender um cilindro desses, após o almoço e a partir de então isto se diminui significativamente, o conhecido primeiro cigarro do dia é a tormenta maior a qual eu tô enfrentando neste momento. Reflexões e constatações me fazem enxergar este habito com uma clareza mais prática, menos passional. Hoje conversei com uma amiga  e ela disse: tô limpa. fazem 10 meses. foi mais difícil do que imaginei. E ontem li um livro - péssimo livro - , me decepcionei ao extremo, o italiano bestinha, tal de Giacomo Papi, me escreve um livro chamado "Viver sem cigarro é possível. Se você souber como.", passa cretinas 119 páginas falando sobre os malefícios do fumo, te encorajando subitamente para aquela realização, e ao final final do livro, ele volta a  fumar cigarros, indo mais fundo, o tal Alen Carr, sábio o qual ele seguia por ter escrito um manual exemplar anti-fumo, por fim também fumava, e pra completar suas últimas folhas, Giacomo Papi, habitante lá do país das lazanhas, relata a história de um homem pacato que havia 20 anos não fumava seu Marlboro, aí - posso ser direto? - num dia de temperaturas congelantes, saindo de uma comemoração com amigos, decide se render a nicotina novamente. 20 anos depois! Um desastre! Fiquei desapontado, puto com esse cara, esse Giacomo Papi, fumante visceral. Derrubando com seu desfecho o meu castelo de areia tão bonitinho e preciso sobre aquelas palavras de resignação, muito pra baixo, muito deprê Desculpe a brincaderia, mas porque não publica um livro sobre perucas?

Revoltado, oras (rs),
Clóvis

E quem disse que eu te esqueço?

Ainda fumo. Ainda fumo. Ainda fumo. Ainda fumo. Porra, ainda fumo!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Prenúncio de ventos bons

Uma segunda-feira em casa pra mim é tédio significativo, como só começo na nova empresa dia 1 de outubro, tenho razoáveis 7 dias inteiros para me dedicar ao ócio que por sua vez é aliado feroz da danada nicotina. Hoje faz um dia quente, e eu tenho algumas consternações pra resolver, algumas direções a tomar e outras circunstâncias a serem compreendidas. Mas nada de demasiado complexo. Coisinhas pequenas que, juntas, formam um mosaico abstrato de ações repetidas que, aglomeradas, podem trazer certo peso, se você não cuidar da leveza com devido foco. Resolverei cada fragmento destes baques, caminhos estão se abrindo e o meu fôlego vem se renovando e aumentando a sua intensidade, hoje as minhas resoluções são mais internas e nem somente tem a haver com os cigarros, que ainda fumo - hoje! - e ainda me causam irritabilidade por causa de sua dependência besta, cretina. Amanhã será um dia inteiro sem tragadas, o primeiro deles, sei também que eu poderia alongar esta semana, visto que ficar à toa só aumenta vorazmente a vontade de fumar. Vou preencher os espaços comigo, e não mais com bufadas de fumaça tóxica. Mas hei de ser forte, pra tudo. Pras resoluções, pro afastamento dos cigarros e para o entendimento destas mudanças minhas, quando as suas prioridades se modificam e a tal maturidade sobre os fatos mostra-se solícita, oferencendo prenúncios de ventos bons. Modificadores. Lépidos. Refrescantes. Viscerais. Aos 25, é um período vital e preciso para abandonar antigos hábitos maléficos, e abrir espaço para atividades mais íntegras, saudáveis para mente e corpo e alma e coração. Sem este papo hippongo, e sim reinterando a veemência humana disto. Busco calma, encontro. Hoje, prossigo...

domingo, 23 de setembro de 2012

Lapidando

Tenho um cigarro aceso na mão. Tive um sonho arrebatador, ainda ligo os pontos, e tento compreender tal baque impetuoso. Seguro-me ao cigarro, este cilindro frágil que não suportaria sequer uma rajada de vento leste. Não há razão, há dependência. E me incomoda, muito. Sonhei com uma pessoa irrisória, pequena, e nunca havia sonhado com ela antes. O seu jeito insensato me estremece o eixo, o meu alicerce. Estava no sítio, entre familiares e gentes que nunca vi, cavalos cintilavam ao longe e eu não fumava, observava-os com olhar de pesquisador, como quem adentrava neste mistério afim de conhecer a crueza do mundo. Hoje é domingo e o tempo ocioso que o impera convida a novas tragadas, posso recusar a entrar neste baile, e de impulso a impulso eu vou lapidando a minha despedida ao fumo. Hoje vou ler bastante e - prevejo! - fumar bastante também. Que as almas boas me perdoem, e que as almas más se desfaçam junto desta fumaça densa, cinza. Como o céu de hoje, onde o sol insiste em descortinar as nuvens. A nicotina é uma visita que chega para um café e decide ficar por todas as seguidas ceias de Natal. Trazendo este presente com embrulho contendo um design preciso, repleto de cores, papel espesso envolto dum plástico que retiramos com destreza, contendo lá dentro mais vinte fugas recheadas de tabaco. Proclamo que - no ano novo! - ela retire-se daqui com seus pés imundos, e vá manchar outros tapetes persas pra lá do quinto dos infernos.